CONAMP reforça em nota seu posicionamento a favor da prisão após segunda instância
Terça, 15 de outubro de 2019 às 18:55A Associação Nacional do
Ministério Público (CONAMP) divulgou nota pública nesta terça-feira (15) para
reiterar seu posicionamento favorável ao início da execução da pena após
condenação em segunda instância. Na próxima quinta-feira (17), o Supremo
Tribunal Federal (STF) realizará o julgamento do mérito de três ações que
contestam a constitucionalidade da prisão após condenação em segunda
instância.
De acordo com a nota, a Associação aguarda que a atual
jurisprudência seja mantida pelo STF, de forma a “assegurar a estabilidade
institucional, preservando a solidez e segurança jurídica, sem espaço para
qualquer conjectura de oscilação da orientação jurisprudencial recentemente
reafirmada e que muito tem contribuído no combate à criminalidade”, esclarece.
O documento ressalta que o tema passa também pela Câmara dos Deputados, que
deve legislar pelo detalhamento e reconhecimento da prisão em segunda
instância.
A Associação reforça, ainda, a importância desse entendimento para o combate à criminalidade, assim como para o trabalho desenvolvido pelo Sistema de Justiça Criminal, em especial pelo Ministério Público brasileiro.
Confira a íntegra da Nota
Pública do CONAMP:
A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO - CONAMP, entidade de
classe de âmbito nacional que representa mais de 14 mil Procuradores e
Promotores de Justiça do Ministério Público brasileiro, vem publicamente
reiterar seu integral e irrestrito apoio à atual jurisprudência do STF que
autoriza o início da execução da pena após condenação em 2ª instância.
Confiamos que o Supremo Tribunal Federal apresentará resposta que
venha assegurar a estabilidade institucional, preservando a solidez e segurança
jurídica, sem espaço para qualquer conjectura de oscilação da orientação
jurisprudencial recentemente reafirmada e que muito tem contribuído no combate
à criminalidade.
Na mesma trilha a Câmara dos Deputados há de legislar pelo
detalhamento e reconhecimento da prisão em segunda instância.
A eventual reversão desse entendimento implicaria em evidente
retrocesso jurídico, dificultando a repressão a crimes, favorecendo a prescrição
de delitos graves, gerando impunidade e, muitas vezes, até inviabilizando o
trabalho desenvolvido pelo Sistema de Justiça Criminal e em especial pelo
Ministério Público brasileiro no combate à macrocriminalidade.
A atual jurisprudência - que resgatou o entendimento que vigorou
durante quase 20 anos desde a promulgação da Constituição de 1988, e até muito
antes dela - foi fixada pelo plenário da Suprema Corte após exaustivos debates
e nos recolocou na trilha da realidade institucional dos países onde vigora o
império das leis e o princípio de que elas devem alcançar a todos.
Brasília, 15 de outubro de 2019.
Victor
Hugo Palmeiro de Azevedo Neto
Presidente da CONAMP